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terça-feira, 16 de julho de 2013

Projecto I/2013 - fungos, fruta, luz e temperatura - Resultados, Pistas para conclusões

 Esta informação é parte integrante do Projecto I/2013 - fungos, fruta, luz e temperatura

Projecto I/2013 - fungos, fruta, luz e temperatura

Resultados, Pistas para conclusões

Isto sabemos (por consulta):
cogumelo
Os seres vivos dividem-se actualmente em 5 reinos: O reino animal, o vegetal, o protista, o monera (ou das bactérias) e os fungos. Os bolores estão classificados como fungos, outros fungos que possas conhecer são por exemplo os cogumelos.

Os fungos podem ser tão úteis ao Homem como prejudiciais. Eles podem fazer parte da alimentação, como os cogumelos, podem ser úteis na produção de fármacos, como a penicilina, ou pelo contrário, podem ser bastante prejudiciais à saúde, como o bolor.

Fungo
A maioria dos fungos habitualmente cresce a temperaturas compreendidas entre 20 e 30°C e, contrariamente ao que se pensa, o crescimento de algumas espécies é acelerado pela luz, sendo esta essencial para a reprodução destes organismos. No entanto, atenção! A luz directa actua como fungicida, devido aos raios ultravioletas. Estando as condições reunidas para o crescimento destes organismos os fungos precisam de cerca de, regra geral, 7 a 15 dias de incubação.

Quando montámos a nossa experiência tivemos alguns cuidados:
  • Ferver metade dos frascos. Esta fervura eliminou parte dos microorganismos existentes nos frascos. No entanto esta fervura não funcionou como uma verdadeira esterilização do frasco. Porquê? Porque não temos disponivel em casa o equipamento necessário para efectuar esse processo com sucesso. Basta observar o tempo que o frasco ficou fora da água enquanto colocávamos a fruta dentro dele. No entanto podemos seguramente afirmar que os frascos fervidos tinham substancialmente menos agentes contaminantes que os não fervidos.
  • Escolher frascos iguais para ferver e para não ferver. Este é um pormenor puramente de logística que facilita a observação dos frascos.
  • Cortar a fruta em gomos, o que de certa forma faz com que os resultados do ensaio não sejam verdadeiramente correspondentes à realidade, já que a pele da fruta é uma barreira natural à instalação de bactérias e fungos na fruta. Expor a polpa da fruta também proporciona um outro fenómeno, a oxidação. Este fenómeno também favorece o desenvolvimento de microorganismos.
  • Deixámos uma nota: "Nunca abras os frascos". De uma forma simples, não é agradável sentir o cheiro destes organismos depois de tanto tempo fechados no frasco.
Imagem de microscopia de varredura eletrônica (cores adicionadas) de micélio fúngico com as hifas (verde), esporângio (laranja) e esporos (azul), Penicillium sp. (aumento de 1560 x).

Colocando as imagens umas ao lado das outras pode ser mais simples de entender o que aconteceu:

Frasco fervido, à luz, à temp. ambiente- Aos 8 dias a maçã começou a mostrar sinais de maceração. Nunca chegou a mostrar sinais visíveis de bolor, no entanto às 3 semanas estava completamente macerada (oxidada)
Frasco não fervido, à luz, à temp. ambiente- A maçã começou a mostrar ténues sinais de oxidação logo após 24h. 6 dias após o inicio da observação a maçã neste frasco já mostrava sinais forte oxidação junto ao caroço. Em 3 semanas não foi possível observar a olho nu nenhum fungo/bolor.
Frasco fervido, sem luz, à temp. ambiente- Entre os 8 e os 12 dias de observação houve uma mudança radical no estado da maçã. Nestes 4 dias a fruta oxidou e apareceram bolores junto à linha de casca e junto ao caroço. Aos 15 dias estas manchas de oxidação estavam substancialmente maiores e na última observação a fruta estava completamente coberta e com pelo menos 6 pontos de bolor.
Frasco não fervido, sem luz, à temp. ambiente- Esta foi a maçã que oxidou mais depressa e mais extensivamente. Às 24h já era bem visível o princípio da degradação. Ao fim de 6 dias foi possível observar os primeiros pontos de bolor, junto ao caroço. Os pontos de bolor foram aumentando em número e tamanho e no final das 3 semanas a maçã estava coberta por manchas de bolor e muito oxidada (mais bolores que a maçã em B)
Frasco fervido, sem luz, no frigorífico- Ao fim de 3 semanas a maçã neste frasco apresenta um aspecto desidratado mas sem manchas de oxidação nem bolores
Frasco não fervido, sem luz, no frigorífico- Aos 15 dias mostra sinais de oxidação, entre os 15 dias e as 3 semanas a maçã oxidou completamente e apareceram bolores em 3 pontos distintos,

Conclusões:
A Oxidação parece anteceder a chegada dos fungos/bolores, na realidade, pela informação consultada a oxidação ou a presença de "hematomas e perfurações" na maçã oferecem um caminho mais rápido para que o mofo e os fungos se instalem nas frutas.

Apesar de não termos conseguido controlar convenientemente as condições ambientais de cada frasco conseguimos perceber e observar que estas influenciam a deterioração da maçã:
Apesar do frio retardar a degradação da maçã não evita o seu apodrecimento após um longo período, (as nossa maçã ao fim de 15 dias apresentou sinais de oxidação, abrindo assim o caminho para a instalação de fungos).
 
A temperatura e a luz. Apesar de estarem expostos à luz, os frascos A e A1 não chegaram a mostrar sinais de presença de bolor, pelo menos até às três semanas, mostrando apenas uma forte oxidação. Já os frascos B e B1, colocados no escuro favoreceram a instalação de bolores ao fim de 15 (B) e 6 dias (B1). Fica por apurar no entanto se este facto se deve à ausência de luz, ou à temperatura mais elevada (ainda pouco mais)  no "local sem luz" que escolhemos para colocar os frascos.
Seria necessário realizar um novo ensaio em que se conseguisse controlar verdadeiramente a temperatura no local "com luz" e no local "escuro" para que pudéssemos responder à pergunta: "A luz acelera o apodrecimento da maçã?".

Constatámos que, estando as condições reunidas para o crescimento destes organismos (humidade, luz e temperatura) os bolores que se desenvolveram na maçã precisaram de cerca de  6 (frasco B1) e 8/12 dias (frasco B) para serem visíveis a olho nu (a esse período chama-se incubação).

Recuperando o primeiro dia do ensaio:

Perguntas:

  • A luz influencia a formação de bolores na fruta? Não conseguimos com sucesso responder a esta questão, seria necessário controlar o binómio luz/temperatura.
  • A temperatura influencia a formação de bolores na fruta? Sim. A maçã em C1 só apresentou bolores visíveis entre as 2 e as 3 semanas, já as maçãs do frasco B (aquele em que a temperatura ambiente era mais elevada) apresentaram bolores aos 6 e 15 dias. Fica por explicar porque razão os frascos A e A1 não apresentaram bolores ao fim de 3 semanas (já que a temperatura em A era o meio termo de C e B). Poderá estar relacionado com a quantidade de água nos frascos (humidade).
Hipótese:
  • Talvez a fruta dure mais tempo se estiver num local sem luz e/ou frio. Não conseguimos avaliar a 100% a veracidade da nossa hipótese, seria necessário planear um novo ensaio de forma a controlar de forma efectiva a temperatura.
Problemas registados:
Identificar possiveis problemas num ensaio é essencial para que se possam corrigir no próximo e proceder a uma análise de dados eficiente:
  • Entre as duas últimas observações decorreu mais tempo que o desejado;
  • Os frascos deveriam ter sido secos, e só depois ter sido lá colocada a fruta com uma quantidade de água igual em todos os frascos;
  • Para efeitos de registo fotográfico dever-se-ia ter utilizado sempre a mesma máquina, ângulo e luz;
  • Deveríamos ter controlado e monitorizado a temperatura.
Fontes:
http://www.ebah.com.br
http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2003/const_microorg/fungos.htm 
http://www.ehow.com.br/causa-apodrecimento-maca-lista_66880/ 
Kitchen Science - Chris Maynard, DK Limited, 2001, ISBN 0-7513-6253-0 

Et voilá!
Este foi o primeiro de muitos projectos

Divirtam-se!

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