Hoje a comunidade cientifica assinala o aniversário de Maria Sibylla Merian, ilustradora cientifica, entomologista- entomologia, ciência que estuda os insectos- e naturalista alemã.
Não confundir entomologia com etimologia, a primeira estuda os insectos a segunda ocupa-se da história e origem das palavras.
A vida de uma apaixonada
Maria Sibylla nasceu em 1647 em Frankfurt. Desde criança que o mundo da ciência- naquele tempo dificilmente acessível às senhoras- a atraia. Começou por observar borboletas e seguir o seu ciclo de vida- que por sinal achava fascinante- especializando-se, alguns anos mais tarde, na pintura de flores. Aos 13 anos pintava plantas e insectos que ela própria capturava.


Nesta época, para além das claras dificuldades que uma mulher tinha de enfrentar para se destacar num mundo que até então pertencia aos homens, Maria Sibylla viu-se ainda confrontada com o facto da sua área de interesse ser vista com alguma desconfiança. No Séc XVII os insectos eram vistos como malditos, estavam normalmente associados a episódios de pragas e perda de culturas, e por isso "muito mal cotados".
Para estabelecermos uma comparação temporal, Darwin nasceu cerca de 150 anos depois, e enfrentou todas as dificuldades que conhecemos, imagine-se agora uma mulher, no Séc XVII, ilustradora cientifica e entomologista.
Em 1705 é publicado o livro Metamorphosis insectorum Surinamensium ("A metamorfose dos insectos do Suriname), este livro continha representações- ilustrações quase luxuosas- dos ciclos de vida dos insectos desta região que revolucionaram a entomologia.
Maria Sibylla Merian veio a falecer em Amesterdão pouco antes de completar 70 anos de vida.
O legado

Durante a sua carreira, Maria descreveu os ciclos de vida de 186 espécies de insetos. Através de sua pesquisa completamente empírica, ajudou a colocar o estudo dos insetos - entomologia - numa base mais científica.
As suas obras, que foram publicados em alemão, ajudaram a chamar a atenção para a metamorfose na alta sociedade da época mas foram firmemente rejeitadas ela comunidade cientifica, por não terem sido escritas em latim, a língua utilizada na altura para fins científicos. Se a sua obra tivesse sido publicada em latim as evidências que nela constavam teriam trazido grande controvérsia devido à ideia geral, e bem implantada na época, de que os seres vivos aparecia por geração espontânea. Dito de outra forma, o trabalho de observação e ilustração de Maria Sibylla Merien teria sido de valor incalculável para contrapor a teoria da geração espôntanea se tivesse sido publicado em latim. O seu livro Metamorphosis insectorum Surinamensium continha provas que suportavam o discurso de Francisco Redi, em 1668, sobre a falsidade da teoria da geração espontânea. Apesar de todas estas contrariedades o sucesso dos seus livros foi de tal forma, que entre 1665 e 1771 os tiveram 19 edições.

Antes da introdução do euro, o seu retrato adornava a nota de 500 marcos alemães.
O seu retrato também apareceu em selos e muitas escolas têm o seu nome.
Em 2005, na Alemanha, um navio moderno de pesquisa foi baptizado com o seu nome.
Os seus pares deram o seu nome a 17 espécies de insectos.
Lado a lado com os melhores

Sir David Attenborough colaborou na selecção dos trabalhos expostos todos eles pertencentes à colecção real.
Fontes:
http://www.royalcollection.org.uk
http://www.epigenesys.eu
Et voilá!
Parabéns Maria Maria Sibylla Merian!
Divirtam-se|
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