Existem muitos objectos na nossa vida quotidiana que têm um significado especial, para além daquele que lhe damos inicialmente. Alguns destes objectos pertencem a culturas diferentes e vivem connosco sem que saibamos exactamente o que são.
Um desses objectos é o "dreamcatcher" ou em português "caçador de sonhos".
Existem várias histórias, que variam de tribo para tribo, sobre este objecto mas todas parecem concordar numa coisa, este objecto quando pendurado sob a o local onde se dorme protege quem aí descansa.
Uma das histórias conta que:
Há muito tempo atrás, um ancião índio teve uma visão enquanto se encontrava no cimo de uma montanha. Nessa visão, Iktomi, um grande sábio, apareceu ao ancião sob a forma de aranha.
Iktomi começou a falar, em língua sagrada, com o índio sobre o significado da vida, ao mesmo tempo que lhe tirou o colar (em forma de arco) de salgueiro que trazia ao pescoço. Este colar era feito com penas, crina de cavalo, miçangas e outras oferendas. Enquanto falava começou a tecer uma teia com o colar.
Iktomi falou sobre os ciclos da vida, da forma como todos nós começamos por ser crianças, da obrigatoriedade de passar pela infância para chegar à idade adulta. Enquanto falava ia tecendo.
A aranha falou ainda sobre a terceira idade, referindo-se a ela como o encerrar do ciclo, aquela altura em que voltamos a ser crianças. Enquanto falava ia tecendo.
Iktomi foi falando sobre os diversos momentos da vida, das forças que neles actuam, umas boas, outras más. Explicou a necessidade que existe em saber ouvir as forças do bem para conseguirmos orientar as nossas decisões no sentido certo, e que, se por acaso, ouvirmos as forças do mal e as deixarmos orientar o caminho, vamos acabar por nos magoar. Enquanto falava ia tecendo.
Finalmente conclui: Essas forças podem ajudar-nos na caminhada ou interferir com a harmonia da Natureza.
Quando terminou de falar ofereceu ao ancião a teia que tinha tecido, e disse-lhe:
Esta teia é um círculo perfeito com um buraco no centro. Usa-a para ajudar o teu povo a alcançar os seus objectivos, fazendo bom uso das suas ideias, sonhos e visões. Se acreditares a rede vai filtrar as tuas boas ideias e as más ficarão presas e não passarão.
Conta-se que este ancião passou a história ao seu povo, e que é por isso que muitos povos indígenas da América do Norte têm um dreamcatcher por cima das suas camas.
Acreditam que esta teia filtra os bons pensamentos, visões e sonhos deixando-os passar, mas que as más energias (pensamentos, sonhos e visões) são capturadas na rede e perecem ao raiar do dia.
Este é então um objecto indígena de grande valor espiritual e cheio de significado.
Os primeiros dreamcatchers chamavam-se arcos sagrados e eram tecidos pelas mãos dos pais para proteger os sonhos dos recém-nascidos não permitindo que a sua inocência fosse "ferida" durante a noite.
A título de curiosidade, as penas que fazem parte do dreamcatcher são colocadas lá para facilitar o voo dos sonhos bons pelo orifício da rede.
Hoje em dia este objecto é usado em muitas peças como brincos, quadros, colares e outras peças de decoração tendo passado a ser mais um objecto decorativo do que um símbolo da sabedoria e cultura nativo-americana.
Quando comprarem um certifiquem-se que ele é um circulo perfeito e que a rede tem um buraco no meio, pendurem-no no quarto e bons sonhos!
Referências:
http://www.wisegeek.com/; http://www.dream-catchers.org; http://healing.about.com/cs/native/a/dreamcatcher.htm
Et voilá!
"Zona livre de maus pensamentos"
Divirtam-se!
2 comentários:
Houve uma altura em que a minha filha não adormecia senão tivesse o dreamcatcher na cabeceira...
E agora já lhe posso contar a história toda :-)
Acho estas histórias importantes para entender os próprios objectos, ainda bem que gostaram, um abraço
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